sexta-feira, 17 de julho de 2015

                                                               (Fernando Brito)

Eduardo Cunha, o zumbi: a cara é ameaçadora, mas 
vai caindo aos pedaços

        cunhamorde
Acontecerão, na próxima semana, ações concretas da Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha.
É inevitável e é conveniente, porque o recesso do parlamento vai  reduzir a possibilidade de reações imediatas dos “cunhistas”, que vão, prudentemente, se encontrar com as “bases”: isto é, analisar o quanto os favores e arranjos feitos com o “Dono da Câmara” os podem atingir numa investigação criminal.
Os arquivos eletrônicos que colocam suas digitais nos requerimentos de achaque contra o lobista Júlio Carmargo serão um ponto, mas não serão tudo.
Cunha reage, desafiador, mas não tem eco, porque está desmoralizado, apontado como achacador.
Cunha preferiu se apresentar na TV como um realizador e colaborador do esforço para enfrentar a crise, ao mesmo tempo em que, nos jornais, “chutava o balde” e se anunciava em oposição frontal a Dilma.
O problema é que seu “exército” vacila.
O PSDB não quer se algemar a alguém que podem em duas semanas, virar um cadáver político.
O PMDB – como, aliás, a maioria dos deputados – é um sobrevivente.
Já declarou que Cunha age “em nome pessoal”.
Há um clima de medo em todos os que se associaram ao projeto de Cunha, alguns com “argumentos” obtidos na base do que foi denunciado ontem.
Qual seria o efeito de uma “batida policial” na casa de Cunha? A esta altura alguém pode dizer que isso é inviável?
Não, porque os métodos abusivos de ação policial e judicial estão consagrados desde o início da Operação Lava Jato.
Cunha diz que vai acertar Dilma.
Espertamente, esta diz que espera dele imparcialidade.
Jogo-de-cena, como pede a política, porque nem a Velhinha de Taubaté espera imparcialidade de Cunha.
Claro que Cunha, afundando, estenderá suas garras para levar quem puder com ele.
Só que a mão que cai sobre o pescoço de Cunha não é a dela, mas a de Janot.
Cunha ameaça com o impeachment de Dilma, mas é o dele que se tornou gritantemente próximo.
PS do AMgóes - O  'pronunciamento' de Eduardo Cunha-presidente da Câmara, nesta sexta, na TV gerou uma expectativa transformada, ao fim e ao cabo, em 'propaganda(pateticamente)enganosa'. Apenas um ridículo 'jabá' sobre autodeclarados 'feitos' à frente da Casa legislativa, nada que ele próprio já não tenha ecoado na mídia que lhe garante generosos espaços para desancar o governo.  Cunha, nas entrevistas no curso do dia,  disse e repetiu que é 'vítima do ódio de aloprados do Palácio do Planalto e do Ministério Público Federal'.         

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