segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

TERRORISTA NETANYAHU

SE   CONVIDOU   PARA MARCHA  EM   PARIS

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247 – Maior assassino global em atividade, como noticiou o 247, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, esteve presente na manifestação em solidariedade às vítimas dos atentados terroristas em Paris, neste domingo. Hoje, a imprensa israelense afirmou que Netanyahu foi apesar de o governo francês, de François Hollande, ter pedido para que não estivesse no ato.
Os jornais de Israel atribuem sua presença na capital francesa à campanha em curso no país, visando as eleições legislativas de 17 de março. Na marcha, Netanyahu, responsável por ordenar ataques contra palestinos em Gaza, em 2014, que deixaram ao menos dois mil mortos, sendo mais de 400 crianças, apareceu de braços dados com os líderes europeus na manifestação contra o terrorismo.
O jornal local Haaretz informou que, quando a França começou a enviar os convites, o conselheiro diplomático de Hollande, Jacques Audibert, indicou ao conselheiro de segurança nacional de Netanyahu, Yossi Cohen, que o presidente francês preferia que o premiê israelense não viajasse a Paris, a fim de que o conflito israelense-palestino desviassem a atenção da mensagem da manifestação.
A princípio, o premiê teria aceitado. Mas quando soube que o chanceler Avigdor Lieberman e o ministro da Economia, Naftali Bennett, iriam a Paris se encontrar com a comunidade judaica, Netanyahu decidiu participar. Lieberman e Bennett disputarão com Netanyahu as legislativas de março. Abaixo, reportagem da agência Reuters sobre a ida de Netanyahu a Paris:
Netanyahu destoa de demais líderes durante

manifestação em Paris  

Por Luke Baker e Tom Heneghan        

JERUSALÉM/PARIS (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pisou em alguns calos durante sua participação na passeata em Paris em memória às vítimas do ataque contra o jornal Charlie Hebdo no domingo, um evento que seu gabinete inicialmente disse que ele não participaria por razões de segurança.
Talvez o mais estranho tenha sido seu convite aos judeus franceses, alarmados pelos ataques em Paris em que morreram quatro pessoas em um mercado judaico, para que migrassem para Israel caso desejassem, deixando para o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, o papel de assegurar à comunidade judaica de que é seguro morar na França.
O rabino Menachem Margolin, chefe da Associação Judaica Europeia, foi particularmente duro, dizendo que a Aliyah --o processo de migração dos judeus para Israel-- não era a resposta para tudo, embora seja uma política importante para o Estado de Israel.
"Qualquer um familiar com a realidade europeia sabe que um chamado à Aliyah não é a solução para o terrorismo antissemita", disse.
Somente um número pequeno de judeus franceses se mudam para Israel. No ano passado foram 7 mil, em uma comunidade de 550 mil judeus na França, mas a expectativa é de que esse número suba para 10 mil em 2015, em parte por causa dos ataques da semana passada. Uma ajuda maior para que a diáspora judaica migre para Israel continua sendo uma política central do governo direitista de Israel, que terá eleições pela frente em março.
Mas muitos não querem deixar a França e mesmo aqueles que consideram essa possibilidade se preocupam sobre as dificuldades de iniciar uma nova vida em um país estrangeiro.
"Eu vivo na França e quero morrer na França", disse Mauricette Abouchaya, uma parisiense de meia idade que aplaudia Nentanyahu durante sua visita ao mercado judaico que foi alvo de ataque.
"Israel tem uma cultura e idioma muito diferentes", disse um analista financeiro de 38 anos que se identificou como Sami.
A retórica de "mude para Israel" de Netanyahu na realidade não é diferente do que geralmente ele afirma sobre o tema. Mas em se tratando de um dia em que 3 milhões de pessoas marcharam para mostrar que o mundo está unido com a França, seu discurso soou como divisionista.
Não foi o único episódio que gerou desconforto.
Um vídeo divulgado no Facebook, com imagens noticiosas com trilha sonora do desenho animado Looney Tunes para satirizar, mostrou Netanyahu abrindo caminho com a ajuda de guarda-costas, o que permitiu que ele fosse fotografado na linha de frente da passeata lado a lado com outros líderes, como o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
PRIMEIRA FILEIRA
Essas fotos foram imediatas publicadas na conta de Netanyahu no Twitter, ao mesmo tempo que sua foto de capa no Facebook foi trocada pela fotografia em que aparece na primeira fileira ao lado de Hollande, Merkel, do presidente do Mali, Ibrahim Boubacar; e dos líderes da União Europeia Jean-Claude Juncker e Donald Tusk.
Já o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que estava ao lado de Tusk, a dois metros de Netanyahu, não aparece na foto. Os dois romperam negociações de paz em abril e as tensões entre ambos têm aumentando, com Netanyahu acusando Abbas de incitar a violência contra israelenses.
A ironia é que, inicialmente, nem Abbas nem Netanyahu planejavam comparecer à passeata em Paris.
Fontes no gabinete de Netanyahu disseram que assessores de Hollande sugeriram em ligação telefônica na noite de sexta-feira que seria "complicado" e "desconfortável" se o líder israelense comparecesse ao evento, principalmente por preocupações com a segurança.
Como resultado, a primeira informação era de que Netanyahu não compareceria. Por volta do mesmo horário, o gabinete de Abbas informou que ele também não iria por causa do mau tempo.
Mas então surgiu a informação de que o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, e o ministro da Economia, Naftali Bennett, os dois líderes de partidos nacionalistas de extrema direita que disputarão a eleição em março, iriam por conta própria.
Não está claro quando a situação mudou, mas na noite de sábado Netanyahu decidiu comparecer e, pouco depois, Abbas disse também ter sido convidado. Questionado em Paris sobre este vaivém, Netanyahu o minimizou.
"Era importante eu vir aqui, e por isso eu vim", disse ele, acrescentando que a segurança foi o obstáculo inicial. Na noite de domingo, ele discursou na principal sinagoga de Paris, um evento do qual Hollande foi embora notadamente antes de Netanyahu começar a falar.

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