segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Os urubólogos do mercado

são péssimos futurólogos  


 Fernando Brito                 
mercado
Muito interessante para quem acha que “o mercado” é a fonte suprema do saber econômico é a matéria publicada hoje pelo UOL.
Diz que, desde 2008, os bancos ouvidos pelo Boletim Focus – a bíblia dos “jogadores de búzios” de indicadores econômicos – erram feio nas previsões de crescimento maior ou menor da economia brasileira.
Se você olhar os dados da matéria verá que é desde muito antes, na criação do próprio sistema de “consultas” ao “mercado”.
Uma “jabuticaba”  brasileira, porque país algum do mundo fica escrevo de palpites de “sobe e desce” mercadistas.
Mas toda semana – as vezes quase todo dia – são estes mesmos especialistas de mercado que “orientam”, através de seus fiéis colunistas econômicos, a expectativa da sociedade em relação à vida cotidiana.
E, quase sempre, na linha do terrorismo econômico que faz com que o país nos jornais esteja quase sempre na iminência de um colapso.
Passaram, assim, todo o ano passado prevendo o “estouro” da meta inflacionária.
E, claro, com isso alimentando a própria inflação.
Mas eles sabem tudo e para tudo tem uma receita.
E sempre receitas recessivas.
A elite brasileira é curiosíssima: é uma das poucas, no mundo, que trabalha contra o progresso econômico do país, mesmo que este progresso não venha da abolição de seus privilégios, que apenas ficam, como diziam lá na roça, “um tiquitinho” menores...
Para ela é um escândalo que os 20% mais ricos das famílias brasileira tenham tido sua participação no bolo da renda nacional de 61,7% do total para “apenas” de 61,7% para 57% – redução apenas percentual, porque a renda bruta subiu – e que todos os outros 80% tenham tido um ínfimo aumento na sua fatia.
Continuam endeusando as regras que nos levaram a um Brasil inviável, que levou à degradação social que as fez se enjaularem.
O “mercado” brasileiro é bem parecido com ou seu “primo” Walter Mercado, aquele charlatão do “Ligue Djá”.
Pura picaretagem para os incautos.

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