sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Brasil tem boa

saúde fiscal     

EM TEMPOS PRÓ OU ANTICÍCLICOS, UMA BOA SAÚDE FISCAL - HÁ UMA PARANOIA 
INJUSTIFICÁVEL EM RELAÇÃO AO TEMA DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO... 

Diogo Costa       
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Em  primeiro lugar, nos últimos 20 anos, entre 1994 e 2013, em apenas duas oportunidades o Brasil apresentou déficit primário. Foi nos anos de 1996 e 1997, no primeiro governo de FHC-PSDB.
Nos outros 18 anos o Brasil sempre teve superávit primário (somos um dos países mais saudáveis da face da Terra).
Com exceção do primeiro governo do PSDB - 1995 a 1998 - quando o superávit ficou em patamares irrisórios (e a dívida pública explodiu), nota-se que esse percentual sempre foi bastante elevado.
Os maiores superávits primários dos últimos 20 anos aconteceram no último ano do governo de Itamar Franco, em 1994, e no primeiro mandato de Lula(2003 a 2006, com um recorde de 4,84% do PIB em 2005).
A curva do superávit primário no governo Dilma Rousseff é descendente e acompanha os movimentos da intensa crise econômica internacional, iniciada com o 'crash', [processo que desencadeou a crise financeira, a maior desde a Grande Depressão de 1929 a 1933] em 15 de setembro de 2008 (política anticíclica se faz diminuindo os superávits, vide o governo Lula em 2009 e 2010).
Pouca gente sabe, mas até 2008 os governos do Partido(aqui) dos Trabalhadores acumularam grandes superávits fiscais e comerciais, numa política tipicamente pró-cíclica.
Depois do crash, como não poderia deixar de ser, a política econômica anticíclica teve que contar com superávits fiscais menores para ser implementada.
Ou fazíamos isto ou o desemprego estaria hoje na casa dos dois dígitos e o Brasil teria mergulhado numa crise social sem precedentes.
O novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Secretário do Tesouro Nacional no primeiro mandato de Lula), sinalizou que a meta para 2015 será de um superávit primário do setor público consolidado na casa de 1,2% do PIB.
Não é nenhum absurdo e seria, com exceção de 2014, o menor superávit dos últimos 17 anos.
Ou seja, não haverá arrocho algum e o tal do "ajuste", se é que é mesmo necessário, será feito de forma gradual para preservar os avanços sociais dos últimos 12 anos.
Por fim, apenas lembro que os EUA e a União Europeia trabalham com imensos déficits primários desde 2009. E uns e outros ainda dizem que é o Brasil que "não faz o dever de casa..."
Segue logo abaixo a série história do superávit  do setor público, consolidado como proporção do PIB (1994/2013):
1994: 5,21%(Itamar) 1995: 0,27%(FHC)  1996: -0,09%(FHC)   
1997: -0,95%(FHC)    1998: 0,01%(FHC)   1999: 3,19%(FHC)   
2000: 3,46%(FHC)     2001: 3,64%(FHC)   2002: 3,89%(FHC)
2003: 4,25%(Lula)     2004: 4,59%(Lula)   2005: 4,84%(Lula)
2006: 4,32%(Lula)     2007: 3,98%(Lula)   2008: 4,07%(Lula)
2009: 2,06%(Lula)     2010: 2,78%(Lula)   2011: 3,11%(Dilma)
2012: 2,38%(Dilma)   2013: 1,90%(Dilma) 2014: ??????(Dilma)
2015: proposta de 1,2% do PIB.             

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