sábado, 25 de outubro de 2014

Direita fascista sai do armário para defender Aécio                      

  


Mussolini1A campanha de Aécio cultivou o germe fascista. Médicos têm praticado chantagens sórdidas para tentar convencer pacientes a votar no tucano.
É incrível não perceberem que apenas geram revolta nas pessoas.
E a mídia tucana ainda vem acusar Dilma, que fez uma campanha orgânica, com mobilização espontânea de milhões de pessoas, de sórdida.
Tá bom, campanha legal é a dele, em que médicos ameaçam pacientes e boyzinhos truculentos xingam pessoas nas ruas.
Onde militantes tucanos pedem(aqui) intervenção militar.
Leiam o relato e vejam se isso não lhes lembra o filme O Ovo da Serpente, de Ingmar Bergman?

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Depoimento:

Ginecologista fascista

Por Priscila Gontijo, cidadã brasileira
24 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 19:46

Assim que entrei em sua sala, o médico percebeu o adesivo da Dilma grudado no meu caderno. Ele então me olhou de cima abaixo, se levantou e rapidamente trancou a porta do consultório.
Foi a minha primeira consulta com o médico-ginecologista na zona oeste da cidade de São Paulo. O único que aceitava o meu plano de saúde para realizar a tal cirurgia. Seis meses nessa lenga-lenga.
Em seguida, sentou-se à minha frente, lentamente, e iniciou o interrogatório num tom sombrio com a seguinte frase:
Tenho uma curiosidade: por que vocês querem destruir o país?
Perplexa, minha boca secou. Estava ali para fazer exames.
Ele continuou exigindo os motivos do meu voto com voz pausada e baixa. E acrescentou: “Veja bem, sou nulo”. E amparado por essa neutralidade fictícia, fez diversas perguntas. Eu disse que não tinha ido conversar sobre política e sim agendar a cirurgia. Ele não arredou o pé. Mirava-me do alto do seu pós-doutorado estampado em letras garrafais na parede. Tão sabido e inteligente que não fazia ideia do que eram as políticas públicas de Educação no Brasil. Quando revelei que vários estudantes ingressaram na PUC pelo PROUNI e ENEM, o clima pesou ainda mais. Nesse instante, o 'doutor-nulo' me olhou estupefato.
O golpe fatal veio quando lhe disse que diversos alunos de Osasco e do grande ABC estudavam na ilustre Pontifícia Universidade Católica do seu bairro. Repetiu a palavra “Osasco” com uma boquinha de nojo e enxugou o suor da testa.
Em seguida me perguntou sobre o PROUNI e o ENEM, revelando uma ignorância alarmante:
Esses programas PROUNI e ENEM por exemplo, as pessoas não precisam fazer vestibular nem prova alguma, né?
Fiquei na dúvida em responder. Ele morava em Marte?
Seguiu-se o interrogatório. Pedi pra analisar meus exames, afinal estava ali pra isso. Mas o singular doutor, que se intitulava, 'apolítico' insistia em me questionar. Diante do meu crescente constrangimento, ele ganhou novo ânimo. E já bradava: “Você devia ter vergonha! Por que vai votar nessa mulher?
Mais encurralada do que nunca, cheguei a pensar no tal código de ética dos médicos. Existia mesmo isso? Em que galáxia? Se eles podem fazer o que bem entendem e sem o menor pudor. Nesse exato momento, ele deu o berro triunfal, repetindo a pergunta: “Por que votar nessa mulher? Exijo explicações.” Olhei pra porta. Trancada. Pensei no plano de saúde. O único médico que aceitava meu plano para a cirurgia. Demorei mais de seis meses pra encontrar um e agora tinha urgência. Não podia pagar o procedimento em uma clínica particular. Resolvi falar sobre os projetos sociais do atual governo e das aulas que ministro há mais de seis anos na periferia da cidade de São Paulo e de como estava feliz em ver meus alunos, que antes não tinham acesso, ingressarem nas universidades. Era por esse e outros motivos que iria votar “nessa mulher”, expliquei. Nesse instante, ele estufou o peito e gritou:
Não estou perguntando do social. O social não interessa. Quero saber da questão financeira!
Nesse instante mirei a imagem da Dilma no adesivo: uma jovem no tribunal totalmente oprimida e humilhada. Pedi socorro pra imagem. Saliva? Zero. E fixei a ilustre nulidade a minha frente com firmeza, dando a entender que não iria ceder. Ele sentenciou:
Na época da ditadura não havia roubalheira...
Ali tive a certeza: não iria me operar com médico torturador.
Mas ele era um maratonista da obtusidade. Um triatleta da ignorância. E conseguiu piorar ainda mais. Chegou ao ápice mórbido da seguinte pergunta:
Por acaso na época do Figueiredo roubavam? E na época do Geisel?
Eu respondi que, na época do Geisel, 'não só roubavam como matavam', e ele retrucou sentencioso:
Não estou perguntando isso! Não quero saber se matavam. Quero saber sobre o aspecto financeiro.
Passando mal, pedi pra sair.
O tal 'idiota da objetividade' perguntou o que via no Bolsa Família e, depois de ouvir, proferiu numa cínica afirmação exaurida pelo uso:
Isso é esmola.
Tonta, disse que realmente tinha pressa e me levantei.
Finalmente o doutor-torturador me libertou do cativeiro.
Livre, já fora do consultório-prisão, desaguei num choro de impotência atroz no meio da rua.
Ionesco deve estar rindo de nós.
E com razão.

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