quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ato pró-Aécio com celebridades só     reúne mil em frente a um dos           shoppings mais luxuosos de São Paulo

Com Ronaldo e FHC, ato pró-Aécio tem "viva a PM" e "Dilma terrorista"

'Coxinhas' tucanos da classe média alta paulkistana
Guilherme Balza e Márcio Neves  - 23h13              
A quatro dias do segundo turno das eleições 2014, simpatizantes do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) realizaram uma passeata na avenida Brigadeiro Faria Lima, zona oeste de São Paulo, na noite desta quarta-feira 
(22).
A 'multidão' de 1.000 pessoas, na avaliação da PM do governo tucano de São Paulo
Em cima do carro de som, o deputado federal Paulinho da Força (SD), que já apoiou candidatos petistas em eleições anteriores, puxava os gritos de "fora PT". Ao lado dele estavam o ex-jogador Ronaldo, a cantora Wanessa Camargo, o humorista Juca Chaves e o vereador Floriano Pesaro (PSDB), única liderança tucana em cima do carro de som ao longo do percurso.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apareceu durante a concentração, no largo da Batata, mas não continuou no ato.
Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 1.000 pessoas participaram do ato, que começou por volta das 18h. 
Já Milton Flávio, presidente do PSDB paulistano, disse 'acreditar' que cerca de 20 mil (??) militantes estiveram no evento, que, segundo ele, não foi organizado pelo partido. "Um ato convocado pela sociedade civil(???), que não tem ligação com nenhum partido, mas que reuniu 'todos' aqueles que clamam por uma mudança e pedem que o Brasil volte a ser o que era."

Marcha anticomunista

O repertório de xingamentos a Dilma Rousseff (PT), ao PT e a símbolos da esquerda foi vasto. "Dilma terrorista!" / "Ei, ebola, leva a Dilma embora" / "Ai que maravilha a Dilma vai pra Cuba e o Aécio pra Brasília". Sobrou também para o compositor Chico Buarque, apoiador da candidata petista. "Chico Buarque, vai cantar Geni na m*".
A preocupação com o comunismo permeou todo o ato: "A nossa bandeira jamais será vermelha", gritavam os mais exaltados. Um cartaz com os dizeres "Viva a liberdade! Fora o comunismo!" foi afixado na frente do carro de som que levava as celebridades.
Os simpatizantes do tucano também fizeram uma versão de "Pra não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré, hino da resistência à ditadura militar. "Dilma vai embora que o Brasil não quer você / aproveita e leva embora os vagabundos do PT."

Versão tucana de junho

O ato foi convocado pelas redes sociais, em especial pelo WhatsApp, como uma tentativa tucana de reeditar os dos protestos de junho de 2013. Tanto é que o local escolhido, a avenida Faria Lima, foi um dos cenários mais recorrentes das numerosas manifestações do ano passado. Um cinegrafista da campanha do PSDB pedia para os presentes cantarem o "vem para rua", mas a resposta era sempre "fora PT".
O clima lembrava um happy hour. Muitos vestiam roupa social e bebiam cerveja em garrafas long neck. Em cima do carro de som, um mestre cerimônia, um dos poucos negros no ato, tentou puxar o jingle de Aécio, inspirado na música "Festa", de Ivete Sangalo. "Agora é Aécio, pra mudar, o povo do gueto mandou avisar". Sem empolgar o público, ele lamentou. "Vocês não gostaram dessa? Ninguém me acompanhou."
Um dos presentes era Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro. Recém-eleito deputado federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro deixou a sede da Polícia Federal na capital paulista, onde trabalha, para participar do evento.
Solitário, Eduardo não conseguia encontrar os amigos que o convidaram para o protesto, chamado por ele de demonstração "contra o pessoal que tá com o PT".
No último domingo (19), Jair Bolsonaro participou de um ato de Aécio em Copacabana, na zona sul do Rio, mas não foi convidado para subir no carro, nem tirar fotos com o presidenciável, o que incomodou o deputado.
Segundo o filho, a família Bolsonaro irá apoiar Aécio de qualquer maneira. "É complicado. Ele [Aécio] aceita o apoio daquele maconheiro Eduardo Jorge [candidato a Presidência pelo PV] e rejeita o nosso, que somos representantes de três milhões(???) de militares. Mas o Aécio querendo ou não nós e nossos eleitores vamos votar nele."
O ponto alto da manifestação foi o hino nacional, puxado por Wanessa Camargo e cantado pelos participantes  em frente ao Shopping Iguatemi, um dos mais luxuosos da cidade.

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