quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Merval sai em defesa de Barbosa. Onde será que ele aprendeu que as pessoas     não têm ideias próprias?                              

Fernando Brito                                          
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O acadêmico Merval Pereira, doublê de jurisconsulto, sai hoje em defesa das patadas de Sua Excelência, o Ministro Joaquim Barbosa, na sessão de ontem do STF.
Acusa, abertamente, os Ministros Luis Roberto Barroso e Teori Zavascki de estarem comprometidos com uma jogada política:
O problema de Barroso, e também do ministro Teori Zavascki que votará hoje pela manha tudo indica que no mesmo sentido do companheiro, é que ao substituírem os ministros que faziam parte do plenário durante a primeira parte do julgamento e mudarem a tendência majoritária do Supremo em meio a ele, dão ares de verdade à teoria da conspiração de que foram colocados lá justamente para ajudar os mensaleiros, especialmente os petistas.
Como insinuou ontem o presidente do STF e relator da primeira parte do julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa: “O senhor já veio com o voto pronto? Parece que sim”.
Ora, as longas carreiras de ambos na advocacia e como professores de Direito tornam, no mínimo, uma ofensa a acusação de Merval. Aliás, em realção a Zavascki,  ex-desembargador federal de 1989 a 2013, talvez seja importante Merval aprender que ele foi ao Supremo depois de uma década no STJ, para o qual não foi indicado por Lula, mas por Fernando Henrique Cardoso, em dezembro de 2002.
Se a viuvez de Merval do ex-presidente do STF, Ayres Britto, prefaciador de sua coletânea sobre o “mensalão”, o leva a bajular Joaquim Brabosa, é bom que meça as palavras com que o faz, porque nem todas as pessoas professam de sua flacidez moral e julgam com seus próprios critérios e consciências.
O único ministro que se comprometeu a “matar no peito” o caso do mensalão é o seu sub-herói, Luiz Fux.
Porque Merval subscreve a “suspeita” idiota levantada pelo presidente-justiceiro do STF de que Barroso “vindo com o voto pronto”:
“Como insinuou ontem o presidente do STF e relator da primeira parte do julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa: “O senhor já veio com o voto pronto? Parece que sim”.
Ora, Merval, não seja primário.
Veio,é evidente, como vêm quase todos os bons ministros, que estudam o processo e votam de forma fundamentada.
Não decidem em cima da perna, ou de acordo com a performance dramática de um presidente ou relator mais afeito aos holofotes que às luzes jurídicas.
Não é um. “Condena aí”, um “dá dois anos pra esse cara” ou um “alivia a barra deste aí”.
Isso é tão jurídico quanto você é literato.
O próprio voto que desmoralizou Merval Pereira – e Reinaldo Azevedo, seu assistente de acusação -, o do decano Celso de Mello, vaio pronto e foi pacientemente lido, para que até as mentes obscurecidas pelo ódio entendessem que se julga com precedentes, conceitos, fundamentos e leis, não com  chiliques.
E, sobretudo, Merval, com modos.
Porque a falta deles enxovalha o Supremo Tribunal Federal e não pode ser aplaudida senão por alguém cujo ódio faz perder as noções de equilíbrio e amor à verdade.
Como você mesmo o fez, há mais de 20 anos, quando publicou uma foto de Leonel Brizola na capa de O Globo ao lado de um homem que foi apontado como traficante e era um humilde líder comunitário.
Pego na contra-mão dos fatos, em lugar de reconhecer e corrigir- recorde-se Merval - você foi procurar desvios e chicanas apenas porque seu ódio era tanto que a verdade importava pouco.
Importava apenas o resultado político da patranha.

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