sábado, 25 de janeiro de 2014

"O Brasil está pronto para radicalizar a democracia?"

O debate desta sexta-feira (24) do 'Conexões Globais' teve como tema "As jornadas de junho e o futuro da democracia do Brasil."

Isabela Palhares                           

Eduardo Aigner
O segundo debate desta sexta-feira (24) do Conexões Globais, teve como tema “As jornadas de junho e o futuro da democracia do Brasil.” Os convidados eram: Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul; Pablo Capilé, representante do Fora do Eixo; Simão Pedro, Secretário municipal de serviços de São Paulo; Ivana Bentes, professora da UFRJ e Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência da república.
 
Os debatedores apontaram diversas questões sobre as manifestações de junho e também acerca de temas como os rolezinhos, a Copa do Mundo e o incidente na Cracolândia ocorrido ontem em São Paulo. Pablo Capilé falou da história do Fora do Eixo e que não começou em junho de 2013, mas sim em 2002 – e não terminou ainda.
 
 
Explicou que as redes conectadas com as pequenas iniciativas dão visibilidade e fortalecem os movimentos, como aconteceu em junho. Além disso, pediu que a criminalização dos movimentos se encerrasse.
 
 
A professora Ivana Bentes aproveitou as palavras de Capilé e adicionou, “[com as manifestações se deu] a emergência de vários movimentos e de novos demandantes de políticas públicas, assim como uma nova linguagem de protesto.”
 
“[é necessário] polícia para resolver um problema político?”, Ivana mostrou sua indignação ao comentar a repressão policial dizendo que a mesma criou um estado de exceção. Gilberto Carvalho apontou que é necessária uma reeducação da polícia, que está acostumada a fazer uma única coisa: reprimir violentamente. Para finalizar sua contribuição, a professora levantou a questão: “O Brasil está pronto para radicalizar a democracia?”
 
Tarso Genro respondeu a esta questão falando sobre uma Assembléia Constituinte Livre para reestabelecer um Estado democrático de direito. Insistiu na ideia da democratização da mídia e da independência entre estado e capital financeiro. Disse: “tudo é refém do capital financeiro, inclusive políticas públicas. O Estado tem que se fortalecer para cortar essa dependência.”
 
“Não foi só pelos vinte centavos. O que estava envolvido, também, era o direito de manifestação da juventude.”, disse Simão Pedro. As dificuldades de acesso ao transporte e à saúde, por exemplo, foram protagonistas do estopim das revoltas, assim como os rolezinhos e o incidente na cracolândia, também estão dentre as indignações da população. Simão rechaçou a concentração dos meios midiáticos e apoiou a radicalização das políticas de acesso a informação, dizendo que esse é o caminho para a democracia.

Nenhum comentário: