terça-feira, 12 de novembro de 2013

Marina, em queda, parte para o “não 

me deixem só”; Serra, para o estilo 

“rotweiller

                            
Fernando Brito                                   

sombras

12 de novembro de 2013 | 11:30

Embora os jornais se encarreguem de dar um tom “minimalista” aos arreganhos verbais dos “sombras” de Eduardo Campos e Aécio Neves, Marina Silva e José Serra fizeram ontem declarações cujo conteúdo precisa ser mais bem esclarecido.
Ela, em Londrina, disse que conta com um ressurgimento das manifestações de rua para que a eleição não seja disputada entre PT e PSDB: “Tenho certeza de que as mobilizações de junho vão ressurgir colocando as coisas no seu devido termo”.
Como assim? A multidão nas ruas gritava “Campos, Campos, Campos”? A única ligação objetiva entre os marinistas e aquelas manifestações foi o afastamento de um de seus dirigentes, Pedro Piccolo, flagrado depredando o Itamaraty com uma barra de ferro.
Marina pode, naquela ocasião, ter colhido alguns – poucos – frutos, por se dizer a negação da política. Mas é improvável que esse sentimento de “antipolítica” posa render frutos a alguém que vem de uma dinastia de políticos e que parece ter o espírito tão jovem quanto a gomalina que lhe disfarça a calvície.
E Eduardo, que se esforça para acenar aos empresários com um mar de rosas e tranquilidade, vai ter de dar força aos “black blocs”?
Já José Serra, em Curitiba, pareceu estar enveredando pela linha do “it’s now or never”.
Uma semana depois de ter dito que “todo mundo está de acordo” com o “Mais Médicos”, resolveu chutar o balde em nome da radicalização e declarou que o programa é apenas “um golpe publicitário”.
Ciente de que Aécio está sendo cobrado pelo “bovarismo” que ele, Serra, diagnosticou em sua tibieza de opiniões em relação a Lula e Dilma, o tucano paulista joga milho para ver se o mineiro vem para a arapuca do desgaste.
Serão longos meses de provocação e desgastes que os “sombras” vão impor a seus “candidatos postos”.
Nos velhos tempos em que se convocava 40 ou mais jogadores para  formar o “scratch” e vivia-se  o “fantasma dos cortes” dos jogadores que iam ser dispensado da lista dos 22 – tão danoso que, no meio das confusões, quando virou técnico, Saldanha puxou um papel e leu o nome de 11 titulares e 11 reservas – agora também estamos com quatro para o lugar de dois.
Por trás das declarações falsas de amor, a guerra vai ficar feia.

Nenhum comentário: