segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aliança 'sonhático-pragmática' revela 'antropofágicos' desejos eleitorais                                                   
                                                     
                                                      (original em www.luizberto.com)

Do AMGóes - A sucessão de notas 'explicativas' sobre o súbito ingresso de Marina Silva no PSB, anunciado com pompa e circunstância no sábado, 5, desvenda  as intenções subrepticiamente acalentadas por inconfessáveis 'instintos eleitorais' da ex-senadora e seu 'solidário' anfitrião.

Inviabilizado o registro do partido 'Rede Sustentabilidade', que o habilitaria a participar das eleições de 2014, sua líder, ao sabor de subjetividades historicamente negadas e ao arrepio de enfatizadas 'novas práticas políticas', engendrou com  uns poucos íntimos correligionários(e atropelando outros tantos, como agora se sabe) uma jogada que entendeu exequível e inapelável na formatação do próximo embate sucessório.

À vista das pesquisas, que denotariam inexpressiva densidade de Eduardo Campos no caldo das preferências do eleitorado, por enquanto,  de tênue consistência, Marina, escudada em magnânimo 'desapego pessoal', decidiu abrir mão de pretenso capital de votos de 2010 em favor do potencial candidato socialista. 

Aparentemente, fora gestada vitoriosa e inusitada simbiose, fundada no 'franciscanismo' de contornos matreiramente 'evangélicos', que saltou aos olhos dos apressados observadores como uma 'jogada de mestra', cuja mira(conforme a própria explicitou) seria a recorrente 'polarização entre o  PT e o PSDB' na última década. E, na esteira da surreal aliança, a perspectiva de que a incômoda colocação de Campos nas pesquisas imporiam, à base do 'ou bola ou búlica',  sua renúncia à cabeça da chapa em favor  da ex-ministra de Lula.

Ocorre, como teria dito o saudoso Garrincha, escalado pelo treinador Feola, na Copa de 1958, para literalmente estraçalhar a defesa adversária, "esqueceram de combinar com  os russos". Passados os regabofes midiáticos na recepção aos 'marineiros', a cúpula do PSB cuidou de demarcar os espaços sobre  'quem é quem' na constelação partidária, decretando como astro 'inofuscável', por óbvio direito adquirido, seu jovem presidente nacional. Daí o sintomático clima de precoce e perturbadora relação 'antropofágica' entre 'sonháticos' da 'Rede' e o neto de Miguel Arraes.

O 'franciscanismo de contornos matreiramente evangélicos', citado acima, é uma jocosa e despropositada ilação à prédica do santo 'poverello de Assis' com a(sempre evidenciada) confissão religiosa de Marina, sobre o 'é dando que se recebe', de arraigado desprendimento quanto às efemeridades terrenas, advindos do longínquo século XII. Desvirtuada tempos afora por 'vis mortais' do universo político, a premissa foi perniciosamente rebaixada a  sinônimo de 'conchavos', 'permuta de favores' e 'negociatas'.

Ao 'doar'  a Eduardo  suposto 'tesouro' eleitoral, advindo do primeiro turno no último pleito presidencial, Marina, a par dos atuais discursos de escorragadias dubiedades sobre seus objetivos à vera, no embate eleitoral do próximo ano,  joga com os números das pesquisas que poderiam fazê-la 'receber' na undécima hora, como 'único nome viável', a prerrogativa ao topo da candidatura pelo PSB. Aguardemos.
                                       
                                                                      (original em www.luizberto.com)






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