terça-feira, 17 de setembro de 2013

Crédito avança 563% e dívidas recuam em 10 anos, aponta pesquisa

Levantamento da Anefac mostra que o salto do volume financiado na última década indica melhora da confiança na economia, aliada à queda da inadimplência e dos juros

("Ué, não estávamos à beira do precipício? A população não estava irremediavelmente endividada? A extinção do Brasil já não estava com data marcada? - Sérgio Braga Vilas Boas, no Facebook)            

Taís Laporta - São Paulo - Portal iG 
O crédito no Brasil cresceu 563% na última década, enquanto a inadimplência e as taxas de juros recuaram no período, apontou nesta terça-feira (17) uma pesquisa divulgada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). O volume financiado saltou de uma participação de 24,7% do PIB (Produto Interno Bruto), em junho de 2003, para 55,2% no mesmo mês de 2013, movimentando R$ 2,5 bilhões.
Thinkstock/Getty Images
Volume de financiamentos saltou para 55,2% do PIB nos últimos dez anos, segundo levantamento da Anefac
“Os dados apontam que o crédito cresceu com qualidade, aliado à queda da inadimplência de 3,6% no período”, afirmou a iG o coordenador de Estudos Econômicos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Outro fator positivo, segundo o especialista, foi a redução dos juros nos últimos dez anos. As taxas encolheram 30,2% entre 2003 e 2013, de 56,7% ao ano para 26,5% ao ano.
Da mesma forma, o aumento de 426% no prazo médio dos financiamentos – que saltou de 7,3 meses em 2003 para 38,4 meses este ano – também indica uma melhora da confiança no País, segundo o especialista. “Quanto mais longo é o prazo para financiar, mais as pessoas podem se endividar e maior é a confiança das instituições financeiras na economia”, afirmou.
Por sua vez, o spread bancário – diferença entre o que os bancos emprestam e cobram em juros – também encolheu expressivamente. A redução foi de 16,5% em dez anos, de 33,2% anuais em 2003 para 16,7% em 2013.
De acordo com Oliveira, em conjunto, os números da pesquisa apontam para um crescimento saudável do consumo no País, amparado por uma melhor distribuição de renda. O aumento do volume financiado foi bem superior à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no período, de 70,57%.

Baixa proporção

Apesar do aumento expressivo no volume de crédito, a proporção de 55,2% do PIB ainda é baixa se comparada à média de outros países, onde o valor ultrapassa 100%. “Há muito espaço para o crédito crescer no Brasil, mas ele deve ser gradativo, como nos últimos dez anos”, observa Oliveira.
Enquanto o crédito imobiliário no País representou quase 8% do PIB em junho deste ano, segundo o Banco Central do Brasil, em países como Holanda, Espanha e Irlanda, ele corresponde a 61%, 63% e 65%, respectivamente. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 78%.





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