domingo, 21 de julho de 2013

“Há uma primavera prometida

 para a Igreja”                                  

                            DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO                                        

"Os ateus também podem fazer o bem"
O teólogo, escritor e professor Leonardo Boff, 74, deixou de lado o pessimismo com os rumos da Igreja Católica que marcaram suas análises durante os pontificados de João Paulo 2º e Bento 16. Desde a ascensão de Francisco, o teólogo, que foi membro da Ordem dos Frades Menores, os franciscanos, passou a cultivar esperança com o futuro da Igreja.
Boff, que nos próximos dias lançará o livro “Francisco de Assis e Francisco de Roma”, acredita que o novo pontífice colocará a Igreja ao lado dos pobres, aproximando-se do dos preceitos da Teologia da Libertação, movimento que reformulou a atuação da Igreja na América Latina e do qual Boff é um dos maiores expoentes.
Em entrevista, o teólogo afirmou que Francisco irá, durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, que começa na próxima segunda-feira (22), “conclamar os governos a escutar as ruas” e indicará “as linhas básicas que darão a tônica de seu pontificado”. Ele também revelou que o pontífice tem ligações estreitas com a tendência argentina da Teologia da Libertação.
Disse Boff:
A intenção originária, de João Paulo 2º e Bento 16, era dar visibilidade à Igreja Católica. Com o processo de secularização, o sagrado na Igreja ficou restrito às imagens. A outra dimensão é de dar mais visibilidade à Igreja e ao cristianismo. O papa Francisco vai ter uma visão mais aberta. Ele coloca o acento não na Igreja, mas nos povos do mundo. Ele enfatiza que Deus é de todos, não só dos católicos(Do AMgóes - Dilui-se, assim, o discurso conservador e excludente de que 'a verdadeira e única Igreja é a Católica').
O papa admite que a Igreja e todos nós estamos confusos sobre o caminho da humanidade, mas temos que cuidar da terra, de um dos outros, caso contrário vamos ao encontro de uma grande catástrofe. Ele procura descobrir como o Cristianismo pode ajudar a evitar essa catástrofe.

Houve mudanças muito profundas. Ele não ora mais no palácio pontífice, ele dispensou todos os aparatos do poder, a começar pelo papamóvel. No Rio, ele rejeitou suíte. Quis um quarto onde todos vão se hospedar. Dispensou a cruz de ouro e joias e manteve a cruz de prata. Ele faz a reforma do pontificado. Essa transformação está desmontando os argumentos que estavam minando a Igreja, que viam a Igreja como um castelo cercado de inimigos, em ruínas. Ele não entende a Igreja assim. Entende-a como um diálogo aberto, franco, com o mundo. Há uma primavera prometida para a Igreja, depois de um inverno rigoroso.

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