segunda-feira, 24 de junho de 2013

Boechat: da virulência contra Sindicatos à  campanha para ocupação da rua do Leblon onde mora o governador                                     

Tem cheiro de neonazifascismo no ar...

Líder disparado de audiência no horário matinal, nas grandes São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Campinas e Ribeirão Preto, onde sua BandNewsFM desbancou faz tempo a CBN/Globo, o jornalista RICARDO BOECHAT é âncora, de segunda a sexta, por duas horas,  em rede nacional, afora a sequência na programação  local carioca.

Ex-integrante do 'staff' de Ibrahim Sued no Globo, de onde foi demitido quando já era colunista titular(por inconfidências, dizem, na coluna Swann, de sua lavra, envolvendo um dos membros da família Marinho),  RB incursionou pela TV Globo, passou pela seara de Zózimo no Jornal do Brasil,  até pontificar com destaque na tela da Band e, mais ainda, ao microfone da BandNewsFM.

Seu já longevo apogeu é creditado à desenvoltura com que derrubou a concorrência empertigada, formalista e atualmente desenxabida da 'rádio que toca notícia', sob o slogan frenético segundo o qual 'em 20 minutos tudo pode mudar', copiado de bem sucedido modelo radiojornalístico dos EUA.

Com efeito,  o formato de 'jornais falados' que se renovam a cada terço de hora(nem tanto assim, porque os 'repetecos' resultam em providenciais 'calhaus', sem remontagem, na grade noticiosa) caiu no gosto popular, notadamente pela descontraída e competente locução dos comunicadores, à frente os do comando da rede em Sampa.
                                     
Sem dúvida,  Boechat 'redesenhou' a apresentação do rádio-notícia, a partir de 2005, tarefa em que faz dobradinha com outros competentes profissionais, entre eles o consagrado humorista José Simão, além  de 'colunistas'(título que não se encaixa  nos comentaristas especializados do rádio, embora o  'iluminado' apropriador do termo subtraído dos jornais e/ou revistas, justifique tratar-se de 'simples metáfora'). E vamos em frente, porque está na hora de a 'colunista' Mônica Bérgamo 'ir ao éter', como anunciariam os remotos 'speakers' da pioneira do grupo, Rádio Bandeirantes, 'a mais popular emissora paulista'.

                                                

Todavia, entre análises, ácidas ou amenas, sobre o generalizado cotidiano, homéricas gargalhadas(que contagiam colegas de bancada e certamente o próprio público), citações ora emocionadas ora histriônicas, e, vez por outra,  o (pertinente) 'merchandising' doméstico de sua 'doce Veruska'(esposa, também jornalista e, suponho, fiel escudeira na seleção entre os milhares de e-mails que abarrotam a caixa postal do 'rboechat@band.com.br' - os meus, creio, já entraram na lista negra das 'impertinências' deletáveis 'ad nutum'), condimentos decisivos em seu acreditado ibope, o ilustre Ricardo Eugênio, galopando na massacrante audiência que o respalda, inventou, por exemplo, a 'passeata asséptica' na via pública, necessária e preferencialmente restrita ao exíguo espaço das calçadas, disputado(a tapa?) com a cotidina multidão de transeuntes. 

Segundo a premissa 'boechatiana'(indignadamente impingida  no horário do 'Band/Rio', a partir das 9 da manhã), é incondicional e sacrossanto(bem assim inalienável) o direito dos veículos automotores em  'ir' e 'vir' nas indefectíveis e exclusivas pistas de rolamento, livres de pedestres arruaceiros de qualquer natureza(assalariados públicos e privados, sem teto, sem terra, estudantes e demais integrantes da complicada 'fauna' de manifestantes, que costuma atravancar a via pública). Por conta de recorrente incontinência 'microfônica', desanca sindicalistas e lideranças similares, a quem, amiúde, chama de 'canalhas' e outras citações de sua  furibundologia' vernacular. Faltou, entretanto, combinar com os 'russos'(caminhantes triviais dos calçadões), dissociados das variadas mobilizações.

Excepcionalmente, face a seus pendores figadalmente 'anticorrupção', 'anti' políticos em geral('todos - salienta - ladrões e bandidos até prova em contrário'), Ricardo Eugênio Boechat não evocou(terá sido de caso estrategicamente pensado?) os tais limites 'profiláticos' aos milhares de 'neoinconformados', recém-ungidos pelo fogo pentecostal nas recentes marchas contra 'tudo', que assolaram o país. Dessa forma, sem o  'dedo duro' dos repórteres da BandNewsFM, que 'entregam', ciosos e investigativos,  os mais cândidos senões da desavisada plebe ignara, as ruas foram literalmente' ocupadas, deletando subitamente  os carros, em nome da eclosão das claques neoenfurecidas a exigir o fim dos partidos,  ameaçando trucidar fortuitos ativistas partidários presentes aos eventos, exigindo o fechamento do Congresso, a renúncia da presidenta, do governador e do prefeito, todos que elas mesmas elegeram, pelo voto amplamente majoritário, algum tempo atrás. Condimentos açucarados para o mais indisfarçável golpe contra o Estado democrático de Direito.

Embora sem presença anunciada entre as delegações ditas 'protestantes', emergiram do 'nada' os arautos do retrocesso, da anomia, da supressão do estado democrático de direito, da bandidagem institucionalizada e da mais canhestra subversão(espontâneos ou pagos para tal?), 'apelidados', com  inusitada intensidade no Jornal Nacional(e no da Band também, é claro) de 'vândalos', que  ardilosamente cutucaram o proverbial despreparo da polícia com vara curta, depredaram prédios públicos e particulares e o caos  reinou sob o peso de suas imponderabilidades.

Estimulados todas as manhãs, anos a fio, pela matraca verborrágica do âncora da BandNewsFM,  para que, ao invés de obstruir o trânsito na Pinheiro Machado/Laranjeiras, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, devessem fazê-lo, quando lhes desse na telha, na rua Aristides Espínola, esquina com avenida  Delfim Moreira, no Leblon, onde mora o governador Sérgio Cabral,  os manifestantes, dito e feito, seguiram à risca o figurino. A massa de 'possessos' contra a tal PEC-37(o que é isso mesmo? nenhum deles sabe...) obedeceu ao ideário de  Boechat, repetido à exaustão na BandNewsFM, e por pouco não invadiu o edifício de Cabral.



Um amigo puxou conversa com o taxista que o conduzia, na última sexta- 21, ao Galeão, perguntando-lhe sobre os problemas no trânsito, decorrentes das múltiplas manifestações. -Tem que quebrar mesmo! É uma pouca vergonha essa corrupção!
-Calma, amigo! retrucou o passageiro. Não pode ser assim. Protestar, tudo bem, mas sem vandalismo. As manifestações têm que ser pacíficas e com objetivo definido...
-Não é bem isso o que fala o Boechat, aqui no rádio(e apontou para o 'possante' no painel  do taxi. Ele diz todo dia que é tudo ladrão. E ladrão, amigo, tem que ser no pau...

Pelo visto, esse Boechat é poderoso mesmo. Podem rebentar a cidade, tocar fogo em carro de bacana, arrombar a boca do balão, que ele garante. RB prega voto nulo, diz que não vota, estimulando os incautos a fazer o mesmo. E acentua, sem meias palavras,  que todo governo é 'uma merda' e por aí vai, em alto e límpido som digital. Confirme no 'link' abaixo...

https://i1.ytimg.com/vi/C2GEln6N-dY/mqdefault.jpg         

(Obs - Se não conseguir abrir o 'link' acima, vá ao www.youtube.com e escreva 'Boechat: vandalismo é o cacete...')


Em tempo: os avanços em curso no país decorrem das políticas governamentais de inclusão social. É apenas o começo, ainda insuficiente - embora expressivo - para nossas efetivas necessidades estruturais, passado um século de República à merce de oligarquias escravocratas advindas dos escombros do Império. Obviamente, nossas elites jamais admitiram largar o osso. Sentindo, entretanto, que o piso das benesses e proverbiais sinecuras  já apresenta sinais de rachaduras irreversíveis sob seus pés, dirigem o sopro ao 'fogo de monturo' nazifascista, cujas marcas de queimaduras seguem indeléveis mundo afora. Daí estimularem, através das poderosas mídias que controlam, da TV às redes sociais na internet,  o fim dos partidos, dos sindicatos, das entidades dos movimentos populares,  o generalizado' impeachment' de tudo e de todos, a liminar demonização do sistema político vigente, ao invés de defenderem o elementar aperfeiçoamento das instituições, detalhes que, definitivamente, não lhes interessa. Pensam até em nomear presidente, em nome do 'ordenamento jurídico' destinado a subsidiar suas ações, o mais novo queridinho da 'geração Ipod', idolatrado no Facebook, ministro Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal. Elas apostam, como sempre o fizeram, no 'quanto pior, melhor', ainda que simulem, para ficar bem na fita, interesse pela democracia(putz!), velhíssima intrusa que sempre as incomodou.

Em tempo 2: os nazifascistas, na primeira metade do século 20, não foram diferentes. Joseph Goebells, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, insuflou a população contra judeus e  comunistas pelo incêndio que os próprios 'nazis' provocaram no Reichstag(parlamento) alemão. Para tanto, utilizou o rádio, maravilha tecnológica da época,  como veículo de incoercível persuasão das disciplinadas hordas germânicas que marcharam sob o falacioso discurso da edificação do 'reich dos mil anos'. E deu no que deu...

                     
Emblem of the Nazi Party
(AMgóes)



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